Doenças e Cura

Doenças e cura no Antigo Testamento


No passado, Deus deu promessas diretas e particulares a determinadas pessoas. Por exemplo, prometeu a Abraão que na descendência dele seriam benditas todas as nações da terra.


Baseando-se nesta promessa, Isaque, filho de Abraão, orou com fé e obteve de Deus um filho de sua mulher estéril (Gênesis 25:21). Do mesmo modo, Jacó obteve de Deus a resposta às suas orações quando todos os seus filhos estavam em risco de serem dizimados (Gênesis 32:9-12).


Deus tem dado promessas gerais a todos os seus filhos na Escritura. Não precisamos orar "Santifica-me, Senhor, se for da tua vontade", visto que o Senhor já revelou que é sempre da Sua vontade nos santificar (cf. 1 Tessalonicenses 4:3).


Porém, há certas coisas que o Senhor não prometeu dar sempre a todos, como saúde e prosperidade.


Muitas vezes, no Antigo Testamento, Deus enviou a doença como castigo pelo pecado (Deuteronômio 28:59-61; 2 Samuel 12:15).


O diabo, algumas vezes, infligiu doenças, como no caso de Jó, com a permissão de Deus (Jó 2:6-7).


Deus prometeu curar as doenças do seu povo (Êxodo 23:25; 2 Reis 20:5), numa demonstração de amor (Isaías 38:17) e misericórdia (Salmo 103:3). Porém, Ele permitiu que seu servo Jó sofresse adoentado por algum tempo, sem curá-lo e sem que houvesse pecado em Jó (Jó 2:7-8).


O profeta Eliseu, que foi instrumento de Deus para executar milagres extraordinários e que era homem de fé, morreu doente (2 Reis 13:14). Certa vez, o rei Ezequias, homem temente a Deus, adoeceu de enfermidade mortal (2 Reis 20:1). Mesmo o grande profeta Daniel passou alguns dias enfermo (Daniel 8:27). Aos seus servos doentes, nem sempre Deus traz a cura, mas o conforto e o consolo (Salmo 41:3).


Certamente, Deus era invocado para curar as doenças (2 Samuel 12:16), mas não era visto como falta de fé usar medicamentos.


Os médicos entre os judeus procuravam curar as doenças (Jeremias 8:22) e sempre usavam medicamentos (Provérbios 17:22; Isaías 1:6). Certa vez, o profeta Isaías recomendou o uso de uma pasta de figos para curar o rei Ezequias (Isaías 38:21).


É evidente, pelo exposto, que nem sempre Deus dava perfeita saúde aos seus servos e que nem sempre os livrava das suas doenças, ainda que tivessem fé.


Doenças e cura no Novo Testamento


O Novo Testamento nos ensina que nem sempre Deus dava perfeita saúde aos seus servos e que nem sempre os livrava das suas doenças, ainda que tivessem fé.


João Batista, cheio do Espírito Santo, jamais curou doente algum. Jesus curou inumeráveis doentes, das mais diversas enfermidades (Mateus 4:23; 8:3, 16; 9:35, etc.). O Senhor Jesus prometeu que curas acompanhariam o ministério apostólico (Marcos 16:17-18).


Os apóstolos, portanto, realizaram muitas curas (Atos 3:7; 5:16; 9:34; 28:8). O Espírito concede soberanamente o dom de curar, embora não a todos (1 Coríntios 12:9, 30), e deve-se orar com fé pelos doentes que confessam seus pecados (Tiago 5:14-15).


Porém, mesmo na época do Novo Testamento, crentes fiéis adoeciam, como Lázaro e Dorcas, que vieram a morrer doentes, sendo ressuscitados depois por Jesus e Pedro respectivamente (João 11:1 e Atos 9:37). Timóteo padecia de constantes enfermidades (1 Timóteo 5:23) e Epafrodito adoeceu em certa ocasião (Filipenses 2:26-27).


Nem sempre os apóstolos podiam curar pela oração, como Paulo que deixou seu amigo Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20), e que receitou água e vinho a Timóteo para suas doenças estomacais (1 Timóteo 5:23). Ele mesmo não conseguiu pela oração a libertação para seu espinho na carne (2 Coríntios 12:7-10).


Durante a história do Cristianismo, homens e mulheres de fé foram acometidos de frequentes enfermidades, como Hudson Taylor, C. H. Spurgeon e João Calvino. Curiosamente, um dos maiores defensores do "Evangelho da Cura", o notável A. B. Simpson, morreu de doença dolorosa, sem obter pela fé a cura esperada.


É necessário explicar o famoso texto de Mateus 8:16-17, onde Mateus diz que as curas que Jesus realizou foram o cumprimento do que disse Isaías, que o Messias levou sobre si as nossas enfermidades (Isaías 53:4).


Argumentam os defensores do "Evangelho da Cura" que Cristo levou não somente os nossos pecados sobre a cruz, mas também as nossas enfermidades, e assim, como podemos "reivindicar" o perdão dos pecados com base na obra de Cristo, igualmente podemos "reivindicar" a cura das nossas doenças.


A isto respondemos o seguinte:


O cumprimento parcial da profecia de Isaías se deu durante o ministério terreno de Jesus, quando Ele curou os enfermos e levou as suas doenças, como diz Mateus.


As consequências do pecado, pelas quais Cristo sofreu na cruz (inclusive a doença e a morte), terão pleno cumprimento e aplicação na vida do Senhor (1 Coríntios 15:50-57), quando não mais haverá doença, morte, dor e choro (Apocalipse 21:4).


Nenhum seguidor do ensino do "Ministério Palavra da Fé", por exemplo, reivindica já agora o corpo glorioso sem pecado, que Cristo conseguiu para os seus na morte e ressurreição, pois sabem que esta aplicação da obra de Cristo só ocorrerá na ressurreição dos mortos.


Nenhum de nós deseja a doença. Certamente devemos orar a nosso Deus pedindo a cura, crendo na Sua bondade e em Seu poder.


Porém, devemos submeter-nos à Sua vontade, que é boa, santa e agradável (Romanos 12:1-2).


Cuidemos em não nos envolver com doutrinas estranhas que trazem tanta perturbação à Igreja de Deus.

Augustus Nicodemus

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