O corpo não é para a imoralidade
“O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (1Co 6.13)
Muitos cristãos esquecem essa verdade fundamental, que o nosso corpo é tão importante quanto nosso espírito no que se refere a salvação eterna.
Deus nos fez corpo e espírito (ou, alma), e não somente espírito. Da mesma forma que o espírito precisa de redenção, o corpo igualmente.
É por isso que Jesus Cristo ressuscitou fisicamente de entre os mortos com corpo glorioso, incorruptível e imortal.
Os crentes da igreja de Corinto estavam fazendo uma dicotomia entre o corpo e a alma, influenciados pelo dualismo grego que dava mais importância ao espírito do que à matéria.
Assim, vários deles estavam engajados na prostituição cultual que era feita nos numerosos templos espalhados pela cidade, como parte da adoração aos deuses.
Aqui o apóstolo Paulo lembra que o nosso corpo não foi feito para a imoralidade, mas para ser habitação do Senhor Jesus e que o Senhor Jesus tomou uma forma humana, e encarnou, para que pudesse também redimir o nosso corpo dos efeitos do pecado e do sofrimento eterno.
A implicação é que nós devemos nos santificar não somente em espírito mas também no corpo, destinando o corpo e seus membros para fins nobres, santos e úteis, conforme nos é ensinado na palavra de Deus.
Uma Teologia do Corpo
Introdução
Corinto, a cidade onde se desenvolve a epístola de Paulo aos Coríntios, era uma metrópole de grande importância na antiguidade. Como sede administrativa da província da Acaia, ela abrigava um procônsul chamado Gálio.
Além disso, sua posição como cidade portuária a tornava um centro de movimento constante de estrangeiros e visitantes.
A cidade era próspera do ponto de vista comercial e também se destacava por sediar os Jogos Ístmicos. No entanto, ficou famosa por seus templos pagãos, com uma grande variedade de deuses, e também por ser um local marcado pela imoralidade.
O Problema Abordado por Paulo
Dentro da comunidade cristã em Corinto, Paulo se deparou com sérios problemas relacionados à imoralidade sexual. Muitos dos membros da igreja tinham um passado manchado por impureza moral, como mencionado em 1 Coríntios 6.9-10, onde Paulo lista diversas práticas pecaminosas.
Além disso, Paulo tinha conhecimento de um caso específico na igreja em que um homem estava envolvido em um relacionamento incestuoso com sua madrasta, como mencionado em 1 Coríntios 5.
Embora não tenha mencionado explicitamente, o texto também sugere que alguns membros da igreja estavam envolvidos com prostitutas (1 Coríntios 6.15,16).
O Pensamento dos Coríntios: "Todas as Coisas Me São Lícitas"
Os coríntios, em sua tentativa de justificar seu comportamento, usavam a frase "todas as coisas me são lícitas". Argumentavam que, como cristãos, tudo era permitido, uma vez que Cristo já havia pago pelos seus pecados e que a salvação era um dom da graça de Deus. Além disso, alegavam que o desejo sexual era algo natural e normal.
A Resposta de Paulo ao Pensamento Coríntio
Paulo concordava em princípio com o pensamento dos coríntios de que "tudo é lícito", inclusive no contexto sexual. No entanto, ele estabeleceu dois limites fundamentais:
1. Não Tudo Convém: Nem todas as ações eram benéficas, quer para o indivíduo, quer para os outros, quer para a igreja. Algumas atitudes não edificavam espiritualmente.
2. Não Me Deixarei Dominar: Embora o desejo sexual fosse algo legítimo, os coríntios haviam perdido o controle sobre seus próprios corpos, entregando-se a práticas como prostituição, fornicação e adultério.
Uma Teologia Cristã do Corpo
Paulo desenvolve uma teologia profunda sobre o corpo humano. Ele enfatiza que o corpo pertence ao Senhor Jesus (1 Coríntios 6.13) e refuta o argumento coríntio que comparava os órgãos sexuais a alimentos e estômago.
Paulo argumenta que Deus destruirá tanto os alimentos quanto o estômago e que o corpo não foi criado para a impureza, mas para o Senhor.
Além disso, Paulo destaca que o corpo será ressuscitado (1 Coríntios 6.14), demonstrando o plano divino para nossos corpos e seu valor intrínseco.
Nossos Corpos São Membros de Cristo
Paulo revela que nossos corpos estão espiritualmente unidos a Cristo, tornando-nos membros do corpo de Cristo (1 Coríntios 6.15-17). Isso significa que nossas ações afetam não apenas a nós mesmos, mas também o corpo de Cristo, que é a igreja.
Paulo fundamenta esse entendimento na criação, citando Gênesis 2.24, e na nossa união com o Senhor (1 Coríntios 6.17).
O Corpo Como Santuário do Espírito
Paulo enfatiza que o corpo é o santuário do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19). Ele destaca a ignorância dos coríntios em relação a esse aspecto, comparando o corpo ao santuário santo dos santos.
O Espírito Santo habita em nós, procedendo de Deus, e, portanto, não somos nossos, mas pertencemos a Deus em corpo e alma para sempre (1 Coríntios 6.20).
Aplicações Práticas
Paulo conclui com aplicações práticas: fugir da impureza (1 Coríntios 6.18) e glorificar a Deus também com o corpo (1 Coríntios 6.20).
Isso envolve evitar situações que levem à imoralidade, orar por livramento e manter a pureza no casamento.
Essa teologia do corpo apresentada por Paulo nos lembra da importância de cuidar de nossos corpos, honrar a Deus em todas as nossas ações e reconhecer que somos propriedade de Deus, redimidos pelo sangue de Cristo.
Esse conteúdo foi escrito originalmente para a comunidade Vivendo as Escrituras
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